Saúde no Rio de Janeiro: a capital com a 2ª maior taxa de mortes prematuras por DCNT
Em 2022, o Rio de Janeiro (RJ) foi a capital com a segunda maior taxa de mortes prematuras por DCNT a cada 100 mil habitantes no País: 334,3. O dado do SIM-DATASUS, consultado no Observatório da Saúde Pública, posiciona a capital fluminense atrás apenas de Campo Grande (MS).
Posição | Capital | Taxa a cada 100 mil hab. |
1º | Campo Grande (MS) | 337,1 |
2º | Rio de Janeiro (RJ) | 334,3 |
3º | Maceió (AL) | 333,7 |
4º | Porto Alegre (RS) | 330 |
5º | Recife (PE) | 325,5 |
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como hipertensão, diabetes, câncer de mama e câncer de próstata, representam um dos principais problemas de saúde pública no mundo e foram a causa de pouco mais de 323 mil mortes prematuras em todo o Brasil em 2022, ainda conforme a mesma fonte. Iniciativas como campanhas de vacinação, programas de educação em saúde e exames preventivos ajudam a reduzir a incidência de doenças, internações e mortes evitáveis – que, por sua vez, podem ser indícios de falhas no sistema de saúde.
Investir em saúde é essencial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida de uma sociedade, além de assunto obrigatório em época de eleições. Isso não apenas melhora a saúde da população, mas também reduz os custos a longo prazo associados ao tratamento de doenças crônicas. Abaixo, traçamos um panorama com indicadores de saúde do município do Rio de Janeiro relacionados a algumas das DCNTs mais prevalentes.
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Panorama de DCNTs no Rio de Janeiro: uma questão socioeconômica
Como apresentamos acima, o número de mortes por causas que poderiam ser evitadas com acesso a serviços de saúde adequados ainda é elevado no Brasil, assim como no Rio de Janeiro. E o problema não impacta toda a população da mesma forma. Geralmente, a desigualdade no acesso à saúde está relacionada à disparidade econômica e à pobreza.
Conforme informações do SIM-DATASUS de 2022, das 11.804 mortes prematuras por DCNT no município, 44,8% (5.283) corresponderam à população com menor escolaridade, que estudaram durante zero a sete anos.
O cenário se repete quando observamos os indicadores de prevalência e mortalidade para algumas das principais DCNTs:
Indicador/ano | Total | Grupo com menos anos de escolaridade |
Prevalência de hipertensão, 2023 | 1.792.071 | 759.911 (42,4% do total) |
Mortalidade por hipertensão, 2022 | 2.351 | 1.382 (58,8% do total) |
Prevalência de diabetes, 2023 | 570.587 | 240.837 (42,2% do total) |
Mortalidade por diabetes, 2022 | 2.418 | 1.399 (57,9% do total) |
Custos com internações evitáveis superam R$ 11 bilhões ao ano
A incidência de doenças evitáveis pode impor uma carga financeira significativa aos sistemas de saúde municipais. Investir em políticas públicas de saúde ajuda a reduzir esses custos ao proporcionar acesso a tratamentos, além de prevenir complicações que exijam cuidados mais intensivos e dispendiosos.
No município do Rio de Janeiro, por exemplo, 2.682 mulheres precisaram de internação em 2023 em decorrência de complicações do câncer de mama. O custo médio de cada internação foi de R$ 1.609,17 – totalizando R$ 4.315.800,93 conforme o SIH-DATASUS. No mesmo ano, o número de homens internados na cidade devido ao câncer de próstata foi de 1.044, ao custo de R$ 2.755,27 por internação, somando R$ 2.876.499,47, segundo a mesma fonte.
Quando olhamos para os números relativos a diabetes, em 2023 foram 2.170 internações no município do Rio de Janeiro, tiveram custo médio de R$ 1.554,42, totalizando R$ 3.373.084,26. Já as 640 internações decorrentes da hipertensão consumiram R$ 662.162,80, a uma média de R$ 1.034,63 por internação. Os dados do SIH-DATASUS sobre internações relacionadas a diabetes e hipertensão foram consultados no Observatório da Saúde Pública.
Como visto acima, somente as internações de quatro doenças crônicas não transmissíveis e que podem ser evitáveis custaram R$ 11.227.547,46 no município do Rio de Janeiro em 2023. Investir em políticas públicas de saúde pode ajudar a reduzir esses custos, estimulando a prevenção e prevenindo complicações que necessitem de internação.
Uso racional dos recursos públicos
O uso racional dos recursos públicos em investimentos em políticas públicas de saúde é fundamental para garantir que as verbas sejam direcionadas de maneira eficaz e eficiente, maximizando os benefícios para os usuários dos sistemas públicos de saúde e melhorando a resposta estatal às necessidades da população.
Para garantir eficiência no uso destes recursos, uma parte significativa pode ser direcionada para programas de prevenção de doenças, visando evitar o surgimento de problemas de saúde antes que eles se tornem crônicos ou de difícil tratamento. Isso pode incluir campanhas de conscientização, vacinação, exames preventivos e promoção de estilos de vida saudáveis.
Afinal, a base de qualquer sistema de saúde eficaz é o acesso universal a atendimento e tratamento. Para conferir mais indicadores de saúde do Rio de Janeiro ou outras cidades brasileiras, acesse o diagnóstico por Municípios no Observatório da Saúde Pública.