Manuel Faria; Marcela Camargo; Arthur Aguillar; Renato Tasca
Descrição
A cobertura integral da Estratégia Saúde da Família (ESF) já é uma realidade em quase metade dos municípios. No entanto, 72,69 milhões de brasileiros e brasileiras ainda não estão cobertos pelo programa, o que representa 34% da população do país. Desse total, ao menos 33,3 milhões de pessoas também não são atendidas por planos de saúde privados (população SUS exclusiva); A maior parte da população não coberta vive em regiões metropolitanas, com uma concentração no Sudeste e em capitais. Destacamos também que existe um grupo de municípios socialmente vulneráveis e com baixas taxas de cobertura, que se concentram no Norte e Nordeste do país.; Estimamos que 100% de cobertura da ESF pode ser alcançada com cerca de 25,6 mil novas equipes, o que requer até 236,9 mil profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares e agentes comunitários de saúde, ao custo de R$ 22,9 bilhões ao ano. Para cobrir apenas os SUS exclusivos, seriam necessárias 13,2 mil novas equipes, com uma demanda de 113,9 mil profissionais da saúde, demandando R$ 11,6 bilhões em custeio anual; Cerca de 16 mil novas Unidades Básicas de Saúde também seriam necessárias para alcançar 100% de cobertura e 9 mil para cobertura apenas da população SUS exclusiva, o que representa uma demanda de investimentos da ordem de R$ 11,2 bilhões e R$ 6,1 bilhões, respectivamente; Adicionalmente, calculamos diferentes cenários de expansão, que permitem planejar o esforço necessário para se alcançar 100% de cobertura em diferentes horizontes de tempo e, por fim, identificamos o potencial de conversão de outros modelos de Atenção Primária à Saúde para Estratégia Saúde da Família.